Arquivar 26 de outubro de 2022

GASTRITE – O que é e como tratar com a Nutrição Funcional

O estômago produz ácido além do necessário, destruindo a camada de muco em contato direto com as células e provocando lesões na região

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA GASTRITE

Se você sente dor intensa no estômago, azia, queimação, sensação de estufamento, refluxo, perda do apetite, náusea e/ou vomito saiba que você pode estar apresentando sinais de Gastrite. Mas vale informar que ela também pode ser assintomática.

Por isso a importância da rotina de exames e da busca por uma avaliação nutricional quando suspeitar de alguma anormalidade e freqüência dos sintomas para descobrir a causa e tratar de forma individualizada, pois cada organismo funciona de uma forma e possui diferentes tipos de sensibilidade alimentar.

Também já lhe chamo a atenção de que você não deve normalizar a convivência com a Gastrite, pois o seu agravamento a longo prazo pode dificultar o tratamento, além de provocar maiores danos  a sua saúde, como o desenvolvimento de uma úlcera e até câncer.

Antes de te contar o que é a Gastrite, entenda brevemente

COMO O ESTÔMAGO FUNCIONA

As células do estômago produzem o Acído Clorídrico (HCI), criando um ambiente perfeito para a Pepsina, uma enzima digestiva que quebra as proteínas dos alimentos em cadeias muito pequenas, tão pequenas que quando elas chegam no intestino elas conseguem ser absorvidas e vão para o nosso sangue, nutrindo todos os órgãos do corpo. Mas este ambiente ácido pode ser muito perigoso até para o próprio estômago, por isso, para se proteger, ele produz um muco que impede que as paredes do estômago sejam destruídas pelo ácido.

Quando tem um desequilíbrio nesse sistema, que a gastrite pode acontecer!

Agora que você entendeu como funciona o estômago, entenda

 O QUE É A GASTRITE:

Quando o estômago produz ácido além do necessário, ele pode destruir a camada de muco e entrar em contato direto com as células, provocando lesões na região. Mas até quando o ácido está em quantidades normais, ele também pode destruir a parede gástrica caso algum outro fator retire o muco protetor.

Essas alterações na mucosa gástrica desencadeia uma inflamação local que é a Gastrite.

No começo a inflamação ajuda o organismo a consertar as alterações que se instalaram. Mas com o tempo a história muda… a inflamação vai lesionando a parede do estômago e alterando as células presentes ali, o que favorece o desenvolvimento de úlceras (feridas na parede do estômago) e até câncer.

O QUE DESENCADEIA A GASTRITE

A ciência descobriu e revelou que a causa dessa doença é uma bactéria chamada H pylori, que é adquirida na infância através de água e alimentos contaminados e, que por se tratar de uma bactéria muito resistente, pode permanecer a vida inteira ali e, somado ao fator da sensibilidade do individuo a certos alimentos, estes facilitam o desenvolvimento da Gastrite.

QUAIS OS ALIMENTOS A SEREM EVITADOS

Cada organismo possui uma sensibilidade diferente aos alimentos, por isso a importância de uma avaliação individual, mas eu vou citar aqui no geral quais são esses possíveis alimentos e até mesmo remédios que devem ser evitados:

  • Remédios anti-ácidos e omeprazol
  • Remédios anti-inflamatórios como aspirina e ibuprofeno ou corticóides
  • Alimentos inflamatórios e potencialmente alergênicos
  • Alimentos industrializados
  • Álcool  
  • Cigarro
  • Frituras e gorduras
  • Cafeínas
  • Temperos picantes

COMO EU TRATO A GASTRITE

Na Nutrição Funcional, eu investigo possíveis intolerâncias e sensibilidades que estão diretamente ligadas com a inflamação e os problemas em seu trato digestivo. A partir dessa avaliação, crio um plano alimentar livre de alimentos inflamatórios com suplementos específicos que ajudam a recuperar a mucosa do intestino. Com esse plano individual, a tendência é diminuir a necessidade de medicamentos (caso você faça uso), até não precisar mais do seu uso.

Fique sabendo ainda que os remédios inibem a produção de ácido pelo estômago e o ácido, como você já viu, é essencial para a digestão de proteínas que, quando mal digeridas, prejudicam o funcionamento do seu intestino.

A prescrição médica é sempre acompanhada de uma reeducação alimentar.

De nada adianta tomar remédio e não investigar a causa dos sintomas.

Por que uma alimentação saudável não é garantia de uma boa saúde?

Além de uma quantidade e qualidade ideal nutrientes, é fundamental que ocorra condições químicas e fisiológicas ideais para o alimento ser quebrado, absorvidos transportados e utilizados pelas células.

Também é fundamental que o organismo consiga excretar o que não lhe serve e o que lhe é tóxico.

Quando uma dessas etapas do metabolismo não funciona corretamente, o organismo fica com suas funções comprometidas, ocasionando carências nutricionais e funcionais.

O processo metabólico é o mais essencial do corpo, mas você sabe da onde partem todas as instruções para o seu funcionamento?

Do CÉREBRO!

O cérebro gerencia todo o sistema de produção, distribuição e utilização de energia, assim como a construção, manutenção e reparação do organismo.

Ele contribui com apenas 2% do peso do corpo, porém necessita de 20% do oxigênio que consumimos e até 30% de toda a energia que obtemos dos alimentos e, por não dispor de grandes reservas dessa energia, depende de sua reposição através de nutrientes a cada 3h aproximadamente para realizar sua função com êxito!

O sistema respiratório e o digestório, nosso segundo cérebro, (compostos pela boca, esôfago, estômago, intestino, fígado, vesícula biliar, pâncreas e rins) também são fundamentais para o seu bom funcionamento.

Você percebe o quanto esse processo é complexo e o quanto é importante a realização de uma avaliação nutricional periódica?

Geração da Alimentação Industrializada e seus Males

Transtornos, doenças crônicas e auto-imunes se manifestam, como a obesidade, enxaqueca, insônia, depressão, fadigas inexplicáveis, dermatites, além de diabetes tipo II e artrite reumatóide

Nos últimos 40 anos, os alimentos “in natura” vem competindo em desigualdade com os alimentos industrializados que são cada vez mais vistos como comuns e ganham cada vez mais preferência na rotina alimentar por transmitir a sensação de maior praticidade, realce no sabor, cor, textura, apelo visual e conservação.

Também somos influenciados pelos argumentos de venda que apontam nutrientes como vitaminas e minerais em seus produtos, porém o que a maioria não sabe ou ignora, é que a maior parte desses nutrientes é de baixa absorção e em desequilíbrio com os demais nutrientes que agem em sinergia, podem ser mal utilizados pelo organismo. Sem contar os males da gordura trans e produtos químicos presentes ali.

Como os hábitos formam um círculo tendencioso, onde um hábito é diretamente influenciado  por outro, também podemos constatar a diminuição da atividade física, maior estresse social e baixa qualidade ambiental.

Por conseqüência, transtornos, doenças crônicas e auto-imunes se manifestam, como a obesidade, enxaqueca, insônia, depressão, fadigas inexplicáveis, dermatites, além de diabetes tipo II e artrite reumatóide que antes comuns apenas a partir da terceira idade, hoje já se fazem presentes cada vez mais em jovens.

Já existem estudos feito pela universidade de Harvard demonstrando uma redução de 5 anos na expectativa de vida, caso nada seja feito para mudar esse processo.

Os nutrientes presentes nos alimentos são a fonte natural de matéria prima para a formação, manutenção e reestruturação celular. Nosso organismo é formado por cem trilhões de células e dessas, cinqüenta milhões são substituídas diariamente, consequentemente a matéria prima que fornecemos para formação celular é determinante do resultado que teremos.

E a boa notícia é que através de uma nutrição correta, podemos alterar nossas características genéticas, que dependem  75% da influência do meio ambiente.

Precisamos nos informar, conscientizar e ensinar mais nossas crianças e adolescentes sobre o funcionamento do nosso organismo ao qual afeta nosso estado físico, mental e emocional.